terça-feira, 17 de maio de 2011

DESENHO INFANTIL

Quero contar sobre a leitura do livro ‘’Diálogo / Desenho ,obra de Márcia Tiburi  e Fernando Chuí.’’
Ao iniciar a leitura tive a sensação de que a professora havia escrito para mim, pois sempre gostei muito de desenhar tudo, qualquer coisa, adorava lápis de cor, tinta e desenhar.
Ao entrar na escola pensei que fosse continuar desenhando mas ,precisei guardar a vontade de desenhar e aprender à escrever e desenhar quando a professora mandasse e isso nunca acontecia.
Atualmente as coisas pouco mudaram é apenas na Educação Infantil que as crianças tem mais oportunidades para desenhar mas,sempre a partir de algum tema ou em momentos ‘’considerados livres’’, como se fosse uma atividade lúdica separada da cognição e sem  importância para o pensamento.
Discordo totalmente dessa idéia e corroboro com as palavras da autora Tiburi quando ela se refere ao desenho e afirma:
 ‘’O desenho é o gene do pensamento;é o que vem antes ;a vontade se antecipando ao desejo.
                      O desenho ,ao contrário do que pensam muitos,não é uma ação das mãos ,é uma ação do olhar .Não é questão de coordenação motora,mas de aprimoramento do percepção e da inteligência .
                      As pessoas desenham cada vez menos ,porque a vida vai esfacelando  aos poucos os instrumentos de reflexão e apreciação da vida.’’
 Como professora, acredito que as ponderações da autora são muito importantes porque o olhar que o educador dirige ao desenho da criança apóia –se nas concepções que ele tem sobre o desenho enquanto linguagem ,idéias constituídas na própria história e experiência com a linguagem .
Apóia-se também em seus conhecimentos sobre as possibilidades do grafismo infantil,noções adquiridas durante a sua formação e ao longo de sua experiência profissional .Todo esse conhecimento traduz –se em expectativas com a produção infantil que definem o diálogo que o professor estabelece com a criança sobre seus desenhos ,interação que pode ser marcada pelo incentivo,pela advertência ,pela indiferença.
 Percebemos ainda hoje em nossas escolas que o desenho’’ perfeito’’ é também o que se aproxima mais da estilização padronizada do real ;é o que nos indica a satisfação do professor diante da reprodução de modelos divulgados em livros didáticos com: desenho de casinha, figura humana.
Esta expectativa desconsidera o fato de que são múltiplas as percepções que se pode ter de um mesmo objeto por diferentes pessoas ,ou pela mesma pessoa em diferentes momentos.
Mais uma vez admito que a autora tem total razão quando diz que se deve  formular novas políticas de desenho em nossas escolas e revela que :
              ‘’ O desenho é uma atividade negligenciada cultural e educacionalmente em função de direcionamentos do desejo pelos poderes estabelecidos  institucionalmente.’’
             De acordo com a autora é grande a responsabilidade do professor na construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento do desenho infantil.
É certo que o prazer encontrado pela criança no desenho deixará de existir senão forem permitidas a exploração de sua função expressiva  e a realização de seu potencial criativo.

Renata

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