segunda-feira, 16 de maio de 2011

filme Caminho da Liberdade

Pessoal, fui ver este filme no sábado, deixo um comentário sobre o mesmo...


Em 1940, pegos pelo regime stalinista, sete prisioneiros aproveitam-se da nevasca para fugir de Gulag Soviético. A liberdade desses homens tem um preço: eles têm poucas chances de chegarem a um lugar seguro sem serem pegos novamente e correm risco de morte. Esta é a sinopse do filme.
Mostra, arte, história, realidade, mas principalmente a história, os atores passam 40 anos de suas vidas, literalmente caminhando em busca da liberdade, ultrapassam limites, seus corpos ultrapassam e superam o que pensamos ser completamente impossível de ser superado.
Diante da neve, do deserto, dos pólos, das montanhas, lagos, enfim, os integrantes representam sim, a verdadeira realidade pela qual, muitos de nós brasileiros enfrentamos diariamente, claro que não da mesma forma como demonstrada no filme, mas em sua representatividade sim. Representatividade da luta pela vida, pela liberdade e emoção. Neste sentido, como diz Aumont nos faz pensar não no que nos separa, mas no que nos une enquanto cinema. A atmosfera se torna impalpável, ou ainda que enquadramento (lembra a caixa preta de Flusser) institui uma relação entre a posição da câmera e a do objeto; ele estabelece uma superfície de contato imaginário entre essas duas zonas, a do filmado, a do que filmar. Ai vem as imagens inesperadas e fantásticas do gelo, das montanhas, do espaço, do mundo inalcansável.
 Após viverem momentos traumáticos, de superação, de vitórias e frustrações diante de um mundo interminável, de sonhos de realizações, de conquistas. Após atravessarem meio mundo, montanhas, obstáculos, neve, tempestades de areia para conquistar a tão esperada liberdade, de sobrevivência, a desconfiança de seus amigos ou inimigos, a procura pela água, elemento essencial para sobrevivência, onde por diversos momentos ela inexistia. Vem a tão esperada felicidade, o reencontro, a conquista e a vitória. Aumont diria que é tudo isso que o cinematógrafo vira de cabeça para baixo, ultrapassa definitivamente com seus efeitos de realidade, inocentes, e inocentemente perfeitos. A Lumiére...
No filme, os integrantes representam uma caminhada equivalente a 6.500km. questionam-se os fatos chamados como “fatos reais”. Seria possível um ser humano resistir a tamanhas dificuldades?
Assim mesmo, esperava mais do filme, mais intensidade, mais interlocução dos integrantes, emoção não, pois as dificuldades emocionam a nós seres humanos, sejam elas mais ou menos intensas.  A trilha sonora é razoável, mas o filme é cansativo. Talvez o livro seja melhor.
como diz Aumont, O cinema, uma máquina simbólica de produzir ponto de vista. O cinema por construção é tudo exceto uma arte do instantâneo.


Edi Sartori

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